9 de fev. de 2010

Fico com a marca colorida
de um prazer viciante
sem ter em mim, dentro
uma vírgula se quer
de curvada submissão.
Nem raiva, nem carinho
Dando inúmeras pernadas
pra no fim rever
cada porta fechada
pra causar paredes em volta
mais a vontade
despir o respeito histórico
sem sair do contexto prático
de toda voz da nossa retórica
Reverso do teu urro
berro mono silábica aguda
sem medo, sem erro
sem revés
Atravesso dias.
lembrando em cada estaca
a parede retilínea escalada
suplico sem vergonha
por teu severo beijo.
Pelos dedos cravados
na nuca que você repele.
Travo batalhas
cavalgadas na sua pele
toda entrada parece sem saída
a ré engatada
desembesta uma fera
calada visível só
no interno do olho
que te ataca
sem que você revide
Você gosta do nosso gasto
e muda de opinião
quando bate o cansaço.
Passado um dia, ou dois
três tempos, ou distância
de cais TWO cais
Volta batendo vela acesa
sem pedir licença
escancara minha porta
e dá de cara comigo
sempre a sua espera...
sem dizer palavra
QUERO! e já é sabido
sem perguntar te aviso
que mais vejo eternidade
que fim correto
nesse aberto sorriso
que de certo não tem nada
além do meu pedido:
FICA, mais dentro
enquanto intenso
meu risco.
Sismo tua sina
Minha cena, seu petisco
meu perigo, seu agrado
minha dor, seu enfado
idônea, nossas "dez graças"
Adônis, meu marido
Vênus, sua deusa
nos vêem nus
em cima das cartas
embaralhando a mesa
Não há coerência,
nem paciência rotineira
nos jogamos como dardos
sem lembrar do príncipe
a quem responsável cativa!

Carola Bitencourt
pensando em uma onça pintada!

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