A gente acha que pode se livrar de algumas ideias. Se convence disso e segue dando passos. Se esquece delas, e faz de conta que não se lembra.
O desejo é um bicho cupim, não carpinteiro. O carpinteiro constrói coisas, o cupim se alimenta delas. O desejo se alimenta das ideias. Come-as como mendigo seco em banquete gratuito de comida refinada. Come por fome e não por apreciação.
Se na segunda a vontade é não ter TV e se aconchegar a fogueira interna pra fugir do frio, na sexta a vontade é se jogar na fogueira, fugir do interno e abrir o mundo subterrâneo.
Há quem diga: Maravilha!, é isso o melhor de ser humano, pensante, "escolhedor".
Pra mim, só tenho bichos cupins. Mudar de ideia é mais uma maneira de desperdiçar todo o esforço derramado em prol do objetivo que um desejo, já retrogrado, me ofereceu.
Felicidade é mais um nome/lugar como Atlântida, UnderLand, Triângulo das Bermudas. Utopia de quem se encharcou nas gotas de Lucy in the Sky with Diamonds, e achou que nadava por lá por dois segundos.
Querer é o que aprendemos primeiro. Nascemos querendo. Leite, sono, abraço, calor, TV LCD, Jacuzzi, Camarão VG, Show da Madonna, primeira classe, bons sonhos, um amor inesquecível recíproco, comida de vó pela vida toda, saltar de paraquedas, reconhecimento profissional, casa no campo, na praia, em Ibiza e um AP em NY...
A gente nasce, cresce, fica rico (ou morre depressivo) e depois morre feliz. (Hã?)Pra que isso tudo????
Não vou virar hippie, já tentei na adolescencia e não deu certo. Quando percebi que não tinha restaurante japones no Sana, o desespero foi do mesmo tamanho e proporção que o prazer de comer um salmão cru, bem fatiado, e sem que eu tivesse gastado mais que a energia de levantar o braço e chamar o garçon. Não consigo virar hippie, mas tenho inveja daqueles que são e ainda conseguem ser limpinhos. Preocupar-se somente em alimentar-se bem, ter filhos, e viver basicamente de amor (a música, a arte, ou a qualquer coisa que nós, meros capitalistas, conseguimos consumir) seria realmente um feito e tanto. Afinal, no fim da redundância, SER HUMANO é grupal. Quem vive sozinho está em outra classificação animal, não serve nem pra ser cupim.
Caralho, puta que pariu... ta fazendo o que aí parada. Que texto maravilhoso cara... espetacular bicho. Sinceramente, investe nisso, por favor. Vc ainda vai me agradecer por te apoiar. Sua prosa está no nível de sua poesia. Admito estar com um pouco de inveja até. Quanto ao modus operandis dos hippie, eu acho que to chegando lá... ainda com artifícios burgueses, mas parcialmente despido de carteira de trabalho, roupa nova (não sei o que é isso há anos) além de outras mazelas. Carol, por favor, vai trabalhar com isso e me chama... irei na hora. TE AMO E PARABÉNS!
ResponderExcluirSó pra dizer que Te amo, adoro seu texto, e te admiro pra caramba!!! Tenha certeza de que não estamos sós...e quando se sentir assim lembre sempre que aqui tem sua velha amiga, que nem sempre ferve mas que te dará todo carinho possível.
ResponderExcluirVamos nos amar mais e viver o simples da vida!!!
Estamos aqui, eu e Daniel discutindo uma passagem do seu texto como quem discute Nietzsche... Carol repetindo a fala do Tomas: - Vai ganhar dinheiro com isso!
ResponderExcluirE digo mais vai contribuir para a dispoluição da literatura, poesia, prosa e principalmente jornalistica, do Brasil e do mundo!
Você tem tudo para fazer do mundo um lugar melhor, mas inteligente, bonito e reflexivo, só publicando, divulgando sua arte escrita, então Do it!
Irmã, já pensou em fazer letras ao invés de Belas Artes... Vai morrer de fome, mas pode melhorar o mundo rsrsrsrs... Se não se frustrar antes... é pensando bem é um risco mt grande...
Mas Não deixe que essas maravilhas fiquem restritas ao ambiente virtual...
Te amo
Ló