1 de set. de 2010

Sempre achei que seria interessante ter um blog bem ornamentado, que a configuração poderia dar identidade a página, fazer par com o nome e por conseqüência definir mesmo que aproximadamente o tipo de leitura que se apresenta.
Assim como no blog, ou em qualquer outra tela que o valha, trazemos as primeiras impressões na configuração do layout, como isso pudesse (e até pode) criar uma mensagem instantânea aos olhos alheios. Às mulheres segue um rito quase satânico de corrigir imperfeições corporais com o que melhor lhe cabe, esconder e disfarçar as marcas com uma lista incomensurável de produtos caros, raros e eficazes. Rir de piadas idiotas, e desentender piadas pornográficas por puro puritanismo retrógrado, numa reação automática resultante de anos de proibição e tolhimento tolo. Aos homens é imposta postura decidida pelo desejo feminino, tão autoritário e sutil quanto o machismo que as obriga a desentender piadas verdadeiramente engraçadas e vulgares. Além de estufar o peito, gralhar seus conhecimentos acerca de qualquer assunto, no intuito de cercar seu ego de gente que admire sua sinistra prosopopéia mesmo que o tema seja acne, víscera ou úlcera. – Gentileza hoje em dia é tão somente um SOBREnome de poeta-anarquico-carioca-cristãolisado.
Não nego que me agrada essa postura. Meus amores mais intensos foram efeito da primeira vista. Paixões curtas e inesquecíveis, baseadas nesse layout IN perfeito, maquiado pelo frisson das borboletas de dentro do estômago na apresentação, no “oi tudo bem”.
No blog não me serve mais o colorido decorado, também no masculino não me serve mais o peito estufado e a conversa erudita.
Mudei o layout do blog, acredito agora que o principal e talvez único chamariz deve ser o conforto na brisa da praça, e não seu chafariz imponente no centro dela. Acredito que o principal é o texto e não as bolinhas coloridas que se mostravam fluorescentes aqui.
Continuo me maquiando. Continuo escolhendo as roupas como reais indumentárias. Continuo rindo por conveniência. Continuo me apegando ao frisson do primeiro “oi tudo bem”.
Gostaria de me vestir em completo nu. Mas despir um blog é trabalho demais pra um dia, quem sabe amanhã queimo meu próprio armário?!...

Carola Bitencourt
01/09/2010

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