24 de mar. de 2014

acontece que mesmo a contragosto
mesmo sabendo do provável fracasso
tento
sempre acabo no mar
batendo braços a esmo
mesmo assim, continuo
parece que leio errado os recados
ou insisto em bradar vitória
sem vencer batalha
sendo algoz, réu e juiz
de uma história passada
internamente, imagino
quase acredito nas passagens
nos diálogos entre personagens
nas imagens que vivo
até alcançar o porto
batendo nas pedras postas
qual freio pro meu navio

quando o sol bate na cara
abro os olhos, os ouvidos

levanto da areia

seco o sal

agarro meu dia

refaço a vela

e parto

pra outro partido...

Carola Bitencourt
24/03/2014

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