14 de fev. de 2011

Perco o sono mil vezes
vou acha-lo onde nunca encontrei nada além de inconsciência,
em todas elas a ausência é certeira
me marca a ferro e fogo frio
com a leveza de uma casca de noz sendo quebrada
Garanto a minha face
mais um dia de fartas olheiras
e ao meu sol matutino
o cansaço dos olhos,
que ainda brilham o sonho interrompido,
pelo zunido berrado ao pé do ouvido.
Maldita pontualidade eletrônica
que não erra vez se quer
a hora de me tirar da cama.
Cato em cada ponto
uma chance de despertar.
mal pára o motorista, atônito,
me vendo descer do ônibus
sem saber direito onde está
o eixo do pé esquerdo
ou o pedaço do calcanhar
deixado na porta da frente
no tropeço de conseguir entrar.
Sigo trôpega as faixas brancas,
tento não sangrar na queda
ledo engano
(quem me dera Ivo),
meu rosto é o primeiro a encarar o cano
de onde eu inteira não me esquivo.
Depois de uma surra de água gelada
acordo pra trabalhar
passo o dia entre dois mundos
de linhas retas, mas não paralelas
transversais sem verso nem rima
e quando a cama novamente me é oferecida
o sono,
com o qual minha batalha foi perdida
gargalha de mim
dando tchau, e começando sua corrida!

Carola Bitencourt
15/02/2011

2 comentários:

  1. Carol, você tem o dom da palavra, escreve lindamente!
    Você escreve em algum outro lugar?
    Queria muito poder ler mais coisas tuas!
    beijo!

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  2. Luciana, mais uma vez obrigada pela força! escrevo em vários lugares, no ônibus, em casa, no box do banheiro... hahaha
    brincadeira... só tenho esse blog...

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