10 de jun. de 2012

Me frustro sim! Aceito toda essa sensação de impotência, sei que ela também passa, mas enquanto não passa, consigo um segundo de paz enquanto a descrevo:
Minha frustração vem quando percebo que o engraçado é sempre mais valorizado que o sincero. Que todo o esforço só é reconhecido quando destacado. Ser ordinal é ser sodomizado pelo ego alheio.
Me irrito com facilidade ainda, a diferença é que hoje não grito, engulo porque não vejo motivo em destacar o erro uma vez que esse não será reparado, nem mesmo haverá tentativa de desfaze-lo.
Toda a ação gasta, todo o esforço em se fazer necessário é desnecessário. Quanto mais se dá de si, mais é perdido nos infinitos dos outros. Concordo mais com Simone: "O Inferno Sou Eu", do que com Sartre: "O Inferno São os Outros".
Invejo os egoístas e sua liberdade em não esperar de si mesmo, ou de nenhum externo, o retorno, igualitário, proporcional ou mesmo interno. Invejo os engraçados, com eles ficam todos os olhares admirados. Invejo os 220 volts, desses que acabam fazendo tanta coisa que só tem tempo de reclamar da falta de tempo e nenhum minuto lhes sobra pra observar em volta.
Adoraria também não considerar a aprovação alheia, afinal, os únicos que não a consideram são os que já a possuem.

É muito possível que tudo seja só uma questão de expectativas muito elevadas quando esperadas dessa categoria animal tão perfeitamente perturbada...

Imagino que sejam somente momentos de realidade que me arrebatam pra atacar minha consciência frágil que não acata a convenção de sermos todos tão insignificantes.

Normalmente se termina com uma moral da história que traz alento. Dessa vez, não. Hoje.

Carola Bitencourt
10/06/2012

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