29 de jul. de 2013

Mania de rimar me mata
Ata uma estancada criativa
desvia atenção e mantém
aquela maneira cativa
de rimando o vício
mimar poesia de vai-e-vem
Virtuosidade saturada
mesmice de fazer o fácil
indócil
caneta calibrada na palma
dedo viçoso treinado
Nada mais se faz novo
Tudo é parte do todo
Esmerilhado no costume
de macerar letra no entorno
da página já esculpida
nessa lida árdua da escrita
que hora sangra feito jorro
hora pára gotejando suor socorrido
à piedade do próprio corpo
escorrendo pelo sentido
de rimar mais um pouco.

Carola Bitencourt
22/07/2013

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