1 de jan. de 2019

Sobre "arrependidos":
Quando a gente insistiu que o voto não era puramente por proposta de governo - porque obviamente não há coerência com objetivos de políticas públicas que prezem pelo povo, o que deveria ser a principal preocupação em termos práticos - e sim porque o candidato em questão expõe ao avesso a falta de caráter, altruísmo e empatia dos seus apoiadores não houve uma fagulha de abertura para uma discussão civilizada, visto que a postura desses apoiadores sempre foi a de olhar pro próprio umbigo.
Agora que as ações do candidato eleito estão se provando nocivas, como já havíamos alertado, seus apoiadores se intitulam "arrependidos".
Ora, nada têm a ver com arrependimento ou remorso. O que fica cada vez mais claro é que a grande maioria continua se baseando nos resultados diretos em suas próprias vidas. Ou seja, se os atinge diretamente tomam a atitude de demonstrar-se arrependidos. Não por terem feito uma escolha que atinge aos milhões e por perceberem o dano, mas porque sua escolha lhes fere o dia-a-dia, dentro de seus cotidianos e limitado a eles.
Portanto, enquanto tratamos pessoas que se voltam contra suas próprias escolhas como sendo equívocos pessoais e não a real demonstração de suas personalidades cruéis estaremos como o cão atrás do próprio rabo.
É preciso dar nome aos algozes, ou do contrário lhes daremos anistia eterna.
Arrependidos são os que compreendem o mal que fazem para além de si mesmos.
Os apoiadores do candidato eleito nada tem de arrependidos. O nome destes é outro.
Há que haver a passagem de conhecimento, mas o perdão só pode ser dado a quem de fato se arrepende.

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