28 de abr. de 2010

ANTES

MEU ESCREVER

ERA JORRO ESGUICHADO

DE UM LADO A OUTRO DA PÁGINA

ANTE AS LINHAS

UMA MÁQUINA

MEU CÉREBRO EMINHOCADO

AGORA...

TORNEIRA COM REGISTRO DESREGULADO

PINGA, GOTEJA PALAVRA POUCA

TORNEI POSSA

O POSSO ARTESIANO

CAVUCANDO QUASE INTEIRA

CADUCA DE AFANOS

O CASAMENTO DAS LETRAS ME ACENA

DEBOCHADO!

Carolina Bitencourt
21/03/06

18 de abr. de 2010

Saí de casa correndo, querendo aproveitar ao máximo as horas que tenho. Acabei esquecendo o celular.
Me sinto nua, como se nada tivesse além de uma língua muda.
Estranha sensação rara, já que nunca esqueço do aparelho que me parece segunda boca e um terceiro ouvido.
Como se faltassem mãos para acenar ao avião que passa acima da ilha onde naufraguei.
Como podem esses pequenos montinhos de ferro, pedra e plástico ser tão imprescindíveis a ponto de nos sentirmos amputados quando nos faltam companhia?
"Diga-me com quem andas e eu te direi quem és."
Será que virei objeto eletrôMico?

Carola Bitencourt
22/02/10

16 de abr. de 2010

Sexta

São chances várias. Incluindo a de não haver sucesso algum. Trabalho com a hipótese de existir comemoração em qualquer uma delas. Caso meu objeto de desejo se quebre, o desejo continuará intacto. Em tempo, haverá nova fórmula previamente arquitetada para bom final. Em um único dia, ou noite, serão 3 possibilidades, certamente usadas até sua totalidade, se alguma fracassar:
Primeira: Dar de comer aos tigres. Um só, pra ser mais exata. Saciar minha própria vontade de doação, meu ímpeto em ajudar terceiros, simultâneamente agradando a mim mesma.
Segunda: Rodopiar em corda bamba de luz negra, pendurada ao globo de mozaico prateado de algum já definido cômodo público escuro, abastecido o suficiente de diversão líquida, lícita e gelada. Enquanto embalada por trilha governada por acordes gritados e remexidos por mãos controladoras da mecânica. Então, talvez, no fim, encontrar outro tigre que não o objeto 1 para alimentar e arriscar a proximidade das garras.
Terceira: Descobrir antes do começo da maratona que o prêmio não será entregue por burocracia democrática capitalista, e criteriada especificamente na estética atual, percebendo assim que mais vale descansar os músculos, escaldar pés em baldes de pipoca temperados a guaraná, com toques de qualquer tipo de guarnição preferencialmente gordurosa. Com o fim Balsâmico das cordas e sons de um aparelho erudito usado pra difamar pontas de dedos e ouvidos roucos. Ainda/mesmo/porém bem escolhido como companhia a altura antes da derradeira certeza de que todas estas possibilidades jamais trarão plena satisfação.
Afinal, amanhã é outro dia,
a vontade é mais outra
e o tempo sempre trará novas sensações almejadas...

Carola Bitencourt
15/04/10