29 de set. de 2010

Acho muito engraçado, cômico, pra não dizer trágico, essa gente que me adiciona no facebook, sem nunca ter visto a minha cara, nem mesmo ter partilhado qualquer opinião pessoal ou virtualmente.
Sinto muitíssimo ter que deixá-los desapontados! Não aceito quem não conheço por uma questão de segurança e de não querer encheção de saco. Na maioria das vezes são criaturas que usam o FB pra jogar Farmville, ou Mafia Wars, e que dependem do meu precioso tempo pra ganhar qualquer prêmio. Levei um bom tempo pra me ver livre disso, sem ter jogado uma vez se quer.
Uso o FB para diversão? Sim. Minha diversão é encontrar nos posts alheios alguma cultura útil ou não, mas que acrescente em algum nível meu raciocínio, minha psiquê, ou que me tirem por um segundo da realidade maciça e trucidante da rotina. Coisas essas, que por experiência própria, nenhum desses DESCONHECIDOS me trará. Já caí na tolice de aceitar solicitações de amizade de idiotas que não conheço, e o resultado foi me sentir tão idiota quanto os vejo.
Ora pois, se esta fosse uma maneira de encontrar pessoas que me valham de alguma coisa, teria tido sucesso nos idos (com a graça do deus do rock) tempos em que me aventurava, na mais pura pré-adolescência, no marasmático rebuliço dos chats anônimos.
Se me cabe dar uma sugestão, o FB poderia classificar em algum link colorido, verde, vermelho e amarelo, aqueles que estão abertos, fechados, ou com o muro em construção.
Ácida! Desculpem-me os que não conhecem ainda minha fama de FRANCA-atiradora. O direito é seu de querer me adicionar sem motivo, assim como o direito é meu de te mandar catar coquinho!
Queridos, o convite de uma amizade, virtual ou não, pra mim, é igual! Imagine a cena: Eu no conforto da minha havaiana, aguardando (sem a mínima paciência) pela minha vez na fila do caixa, e você me vem perguntar, com o maior dos sorrisos, se quero ser seu amigo... Chamo o segurança na mesma hora! Ahh vá!
Se o caso é falta do que fazer: já inventaram o google.
Os "amigos" que tenho no FB, necessitaram, no mínimo, de uma boa dose de simpatia, e alguns neurônios talvez queimados para conquistar, e valeram cada um. Quer ser meu amigo? Valorize seu tempo, e o meu!

Agradecida!

Carolina Bitencourt
29/09/2010

24 de set. de 2010

Teste o que atesto.
Queixe-se do meu texto
deixe caído o queixo
Tente colar na testa
beijo bem quisto.
Me peça pra ir a festa
Me faça o ego besta
Encha minha cerveja
Derrame-me na mesa
Experimente expressar
a consistência em que existo
"Goste do gasto" afoito
preencha os pré-requisitos
Mas não me peça pra entender
o que simplesmente não é dito!

Carola Bitencourt
24/09/2010

20 de set. de 2010

Pra chegar onde estou
é necessário mais que apreço
Meu preço não é barato
doo sem cobrar
troco mel peculiar.
É preciso mais que berço pra me ninar
meu desejo tem nome
sobre montes.
Quero amigo, umbigo
professor de violão
e uma pista
onde meu avião
se sinta a vontade
pra aterrisar
Todo melhor de mim
está guardado
a caminhada pra achar
a chave vai além da fechadura!
Entenda meus pingos nos "i"s
minhas aspas não estão a toa:
ou mergulho sem orgulho
ou o seco me consome.
Ou entrego por bocejo
ou não quero cume
se o mínimo não for importante
a caneta cessa
e minha voz se cala
canto como quem não tem garganta
mas minha rouquidão
cria mais tijolos
que a sabida muralha
minha China asiática se retorce
e só se mostra
onde a cortina é aberta
gentilmente.
Quero mais que o básico
quero mais força que Sansão
meus cabelos caracóis
me dão mais grito.
Espero não perder tempo
meus minutos são contados
e cada vírgula falada
me trava mais pensamento
que vontade mal satisfeita
Não quero rimar vício
quero entendimento
quero mais conexão do que os cheiros,
quero mais ligação
que desejo mútuo de carne
quero o que posso ter.
TENHO.
só me basta reconhecer
em outra multidão
que minha satisfação
depende somente
do sim, e do não!

Carola Bitencourt
20/09/10

14 de set. de 2010

Mente avoada
cabeça cheia
desorganizada
vontade de tudo
pote de ouro
roubo de coração
impulso de salto
quebrado

me gusta
me encanta

robusta porta
estanca
rubro rosto
arregalado
olhos de gato
piscado
cada parte
a mim
interessa

abre aos poucos a fresta
rachadura crescente
na frente da testa

Bebo café pra ver se apago
minha memória falha
ainda me afaga a nuca...

14/09/2010
Carola Bitencourt

1 de set. de 2010

Sempre achei que seria interessante ter um blog bem ornamentado, que a configuração poderia dar identidade a página, fazer par com o nome e por conseqüência definir mesmo que aproximadamente o tipo de leitura que se apresenta.
Assim como no blog, ou em qualquer outra tela que o valha, trazemos as primeiras impressões na configuração do layout, como isso pudesse (e até pode) criar uma mensagem instantânea aos olhos alheios. Às mulheres segue um rito quase satânico de corrigir imperfeições corporais com o que melhor lhe cabe, esconder e disfarçar as marcas com uma lista incomensurável de produtos caros, raros e eficazes. Rir de piadas idiotas, e desentender piadas pornográficas por puro puritanismo retrógrado, numa reação automática resultante de anos de proibição e tolhimento tolo. Aos homens é imposta postura decidida pelo desejo feminino, tão autoritário e sutil quanto o machismo que as obriga a desentender piadas verdadeiramente engraçadas e vulgares. Além de estufar o peito, gralhar seus conhecimentos acerca de qualquer assunto, no intuito de cercar seu ego de gente que admire sua sinistra prosopopéia mesmo que o tema seja acne, víscera ou úlcera. – Gentileza hoje em dia é tão somente um SOBREnome de poeta-anarquico-carioca-cristãolisado.
Não nego que me agrada essa postura. Meus amores mais intensos foram efeito da primeira vista. Paixões curtas e inesquecíveis, baseadas nesse layout IN perfeito, maquiado pelo frisson das borboletas de dentro do estômago na apresentação, no “oi tudo bem”.
No blog não me serve mais o colorido decorado, também no masculino não me serve mais o peito estufado e a conversa erudita.
Mudei o layout do blog, acredito agora que o principal e talvez único chamariz deve ser o conforto na brisa da praça, e não seu chafariz imponente no centro dela. Acredito que o principal é o texto e não as bolinhas coloridas que se mostravam fluorescentes aqui.
Continuo me maquiando. Continuo escolhendo as roupas como reais indumentárias. Continuo rindo por conveniência. Continuo me apegando ao frisson do primeiro “oi tudo bem”.
Gostaria de me vestir em completo nu. Mas despir um blog é trabalho demais pra um dia, quem sabe amanhã queimo meu próprio armário?!...

Carola Bitencourt
01/09/2010