20 de ago. de 2014

sempre rola uma azia
outras vezes zumbe no ouvido
disritmia
artista resolve ou retranca
marca riscos sem distância

sempre rola uns óio
rezando expectativa
descendo pela pele feito jeito
de dizer saudade
ardendo meio calado
alado de imensidão mansa

sempre rola riso solto
só riso mesmo
envolto em sal de lágrima
gritando a anja besta fera
rasgada nessa sede
de ceder a crendice

sempre rola umas emboladas
dilatadas em dias de lua
das que levam a vela
veloz
sem perder brio de chama

quase rola
o sempre
rola sempre,
mas só desenrola
quando se explora sem pensar

Carola Bitencourt
21/08/2014