22 de jun. de 2010

"Choraaaa, não vou ligar! Não vou ligar! Chegou a horaaa..."

Chorar é pouco
broto do verso miúdo
guardanapo guardado no bolso
quase húmido
meio seco de tinta
receitado gota de bica
Ressalto do alto do urro
decidida do beco do morro
Escada por cimento batida

Castigo é não ouvir
dizer sem pasma palavra
letra esmiuçada
cerveja bebida "goelada"
duelo de língua secada
Choraa...
Não vou escrever.

Carola Bitencourt
18/06/2010

15 de jun. de 2010

Não falso mais poesia
Refaço textos em papel colorido
imitando cérebro percorrido
meu
Traço sim poder redativo
despretensioso de esperança
equilíbrio certeiro da destemperança
sarna que coça mão viciada
arranca da folha vazia
qualquer querer relutante
em parecer transparente
entre parênteses (armas)
aspas minhas de cada dia
ou
página 1/ unidade cada
Não faço mais poesia
pauso poses de prosa
rosa desbotada
encadernada sem pauta
Pontuo discrepância tardia
madrugada esmiuçada
desfaço fósseis ressuscitados
saído do plástico
pontado esférico preto
por vezes tampado
bic
Belisco roxo peledural
contando em ais melodiosos
melancolia
Relaxo peito cansado.

Carola Bitencourt
14/06/10