14 de set. de 2017

Perdi o sono.
sem ele: sua lembrança.
Fico escrevendo achando que tatuo sua membrana
Me parece óbvio que tu não vai ler
Nossa distância certifica
Talvez seja esperança de te rever
ou o desejo de reencontrar sua risada plena
É muito mais um sonho,
mas sem sono some a possibilidade
Quem dera pudesse juntar
nossas duas cidades
a sua traria a cidadania militante,
a minha um certo senso de liberdade
Seriam dois nortes notórios,
um sul sucinto e unido
o seu daquele jeito de quem melhor sabe,
o meu lutando na tentativa de ainda crer na humanidade
Traríamos pra mais perto os portos,
os olhos, os ouvidos
Tramaríamos amores postos
em pé de igualdade
guardaríamos os dentes,
mostrados apenas àqueles políticos
polidos pela falta de caráter,
carecidos de informação forte,
compaixão e completude
Seria a soma
uma coisa mais serena
Nasceria uma parceria, sem posse
sem pose, sem penas
apenas a vontade astuta
de viver em sociedade,
sem saudade sentida na pele,
pelo menos enquanto nos impele
esse tanto de querer,
que nem sei se bate só em mim
ou se também transpira em você
Esse poeminha bobo
reflete o meu tanto
Espero sua mensagem aflita,
agradeço até se ela não vem
assim não alimento expectativa,
mas me pergunto se você a tem
Tento dormir mais uma vez,
esperando que você apareça
no meu inconsciente já está sua presença
Boa noite, sortudo.
Tudo que posso dizer é:
que um dia você me leia!

Carola Bitencourt

09/09/2017
A.O.